Os programas de austeridade consistem em
um jogo das políticas estabelecidas pelos governos que encontram-se com
problemas de débito financeiro nos seus orçamentos operacionais e
escolhem embarcar num compromisso para reduzir a despesa pública em
produtos e serviços. Os programas de austeridade podem ser altamente
controversos e disruptivos numa sociedade se o povo mobilizar-se contra o
governo por tomar tal acção, principalmente se tal acontece depois de
uma série de despesas nada razoáveis baseadas em lógicas estipuladas
pelo próprio governo.
O processo pode resultar em suicídio
político para governantes. As medidas exigem tipicamente a redução nos
serviços que baixam o nível socioeconómico da sociedade, frequentemente
em resposta a um gasto abusivo que resultou da transferência de fundos
públicos para as mãos de indivíduos que não precisam necessariamente
dessa riqueza. Dependendo da percepção pública das irregularidades da
despesa que criaram a necessidade do programa de austeridade, a maioria
dos eleitores sente frequentemente que muito do esforço solicitado
conduz a lucros enormes de uma minoria rica que é financiada pelos
sectores mais baixos da sociedade para rectificar o défice por
intermédio de sacrifícios forçados na qualidade de vida.
Os programas de austeridade nem sempre
são executados pelo corpo legislativo que esteve envolvido na criação do
problema, os problemas do débito nacional podem ser herdados.
Frequentemente, a situação foi criada pelos legisladores prévios que
passam legislação às escuras. Um exemplo seria uma legislatura que no
fim do exercício orçamental autorize aumentos para seus próprios
membros.
O povo de uma nação cujo governo tenha
instituindo um programa de austeridade está raramente feliz com as
medidas. As reduções nos produtos e serviços públicos afectam sempre
adversamente os membros mais desfavorecidos de uma economia, muitos
deles sem meios alternativos ao auxílio do governo. As despesas
educacionais para o indivíduo comum são um exemplo do fato de que nem
todas as despesas são supérfluas. A maioria dos programas de austeridade
incluem um aumento nos impostos, que podem criar um sentido da
responsabilidade compartilhada ao nível social para carregar o fardo das
medidas, mas este cria a controvérsia entre teorias que se competem
sobre o impacto dos impostos numa economia.
Os programas de austeridade que incluem o
sacrifício compartilhado pouco acalmam a mobilização do público. A
percepção da necessidade de medidas de austeridade frequentemente não se
levanta até que a situação esteja para além do reparo, e cria-se assim
uma maior sensação de mal-estar entre os membros de uma economia que
assistiu a um crescimento significativo nos segmentos da economia que
têm o acesso directo aos legisladores, enquanto que ao mesmo tempo experimentou crescimento zero ou negativo para o cidadão ou para o
pequeno e médio negócio.
Isto pode presentemente ser constatado
na Europa e nos EUA. Na Europa, os programas de austeridade propostos
pelo FMI não vão ajudar as economias dos vários países ocidentais. O que
está sendo estipulado é uma combinação de impostos mais elevados, de
salários mais baixos e menos esbanjamento do governo. Adicionalmente, os
governos são compelidos a vender os seus recursos.
Mas na realidade, o governo é
constituído por pessoas. E estas pessoas prevaleceram por causa do poder
do dinheiro – das elites ocidentais do poder –, elites que foram
emprestando mais dinheiro do que os cidadãos desses países poderiam
alguma vez pagar. Mas este ciclo de negócio se torna inevitavelmente
amargo, e as dividas que existem sobre o país se tornam impagáveis.
Entretanto, as pessoas que contraíram as dividas saem do poder e por
vezes saem mesmo do país, enquanto que aqueles que ficam assumem a
responsabilidade.
A instituição de medidas de austeridade é
uma manobra muito cínica, projectada para esmagar a soberania e forçar
os cidadãos de um país a colocar as suas possessões nacionais em leilão.
Esta acção igualmente reforça o poder do governo, porque o dinheiro
corre através das configurações políticas de onde o sector privado é
excluído.
Isto é o que está acontecer na Europa e
na América hoje. O resultado provavelmente será caos e ruína - como foi
sempre em tais circunstâncias.
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