Estás na sombra?
Acreditamos vivamente que todos nós vivemos actualmente na sombra. Na sombra que nos mantém na ignorância e nos distrai diariamente do que é realmente relevante e definha a nossa capacidade para analisar o mundo que nos rodeia.
Em ultima análise, esta sombra afecta
seriamente a nossa participação activa nos desígnios e rumo da nossa
vida, condicionando a nossa capacidade de discernimento, raciocínio e
decisão. Apresenta-nos dogmas como verdades absolutas, nos quais
deveríamos premir sentido crítico sobre os seus conceitos e
fundamentações... mas no entanto não o fazemos. Talvez porque estamos
demasiado ocupados a digerir toda a informação irrelevante com que nos
deparamos na sombra.

A ideia que como seres humanos que
somos, não podemos permitir que ataquem desta forma a nossa capacidade
de pensamento, de raciocinar, de filosofar sobre o mundo que nos rodeia e
com isso afectem e condicionem a nossa capacidade de decisão.
A ideia que não é aceitável que a
ignorância seja uma bênção, que um homem seja inteligente mas um povo
seja ignorante, e todas as falácias que condicionam o acesso à
informação necessária para termos discernimento.
A ideia que é inadmissível que reduzam o
ser humano à sua condição animal, porque o que nos separa dos animais é
a nossa capacidade de raciocínio.
Dubito, ergo cogito, ergo sum...
Eu duvido, logo penso, logo existo.
Propósito
Há uma constatação generalizada de quem pensa sobre isso que a internet é um dos últimos redutos de acesso à informação não censurada e sem controlo de interesses corporativos (pelo menos, para já). É indubitavelmente, uma ferramenta que deveria ser utilizada de forma mais activa pela população, no entanto verifica-se que o seu acesso ainda é reduzido devido à infoexclusão que apesar de ter diminuído nos últimos anos, ainda existe para uma grande percentagem da população mundial que não tem acesso ou interesse nas novas tecnologias. O gráfico seguinte representa a taxa de penetração da internet na população por continente, e podemos constatar que na Europa essa taxa é de 58,3%, o que acaba por ser um resultado tímido tendo em consideração a evolução cultural e tecnológica deste continente.
No entanto a liberdade na internet
acarreta outro problema, que é a facilidade com que se disponibiliza
informação falsa e tendenciosa. Na internet também surgem muitos dogmas,
falsos ou não, cabe ao seu utilizador usar o discernimento para avaliar
os seus conceitos e fundamentações. Para tal é necessário pesquisar
vários pontos de vista sobre o mesmo assunto, cruzar factos, e tirar
ilações conscientes sobre as matérias consultadas. Isso nem sempre é
simples... o que nos leva a outra questão, a qualidade de utilização de
internet pela maioria da população, no que toca a obter informação
relevante, é no mínimo medíocre. A internet é usada maioritariamente
para efeitos de diversão e ócio, e nos casos em que há acesso a
informação, nomeadamente fontes noticiosas, há uma tendência para
replicar as consultas efectuadas fora da internet: consultar fontes
noticiosas que estão disponíveis na televisão e jornais mainstream. Isto
condiciona muito a visão do mundo, pois é parcelar e controlada.
O acesso à informação é vital para
podermos avaliar o mundo que nos rodeia e tomar decisões conscientes
sobre o rumo que queremos para as nossas vidas e em última análise sobre
o rumo do próprio mundo que nos rodeia.
A filosofia não é uma cadeira de um curso universitário, é um direito e obrigação que nos assiste como seres humanos.
É nosso propósito ser agentes de mudança
do mundo que nos rodeia, isto porque acreditamos que aquilo que nos é
apresentado diariamente como "normal", não é normal. Não é normal haver
um controlo descarado dos desígnios do mundo por entidades
corporativo-financeiras. Não é normal a guerra, a fome, os abusos dos
direitos humanos estarem hoje em dia directamente associados a
interesses económicos. Nós não achamos normal, você que lê isto
obviamente não considera isto normal, mas a verdade é que a informação
nos é entregue diariamente com uma implícita normalidade, em que nós
somos espectadores e todo o mal do mundo está distante. Acreditamos que a
única forma de mudar o rumo actual da sociedade é uma
consciencialização global desta anormalidade para desencadear acção da
sociedade contra os dogmas apresentados, reinventando-se para uma
sociedade melhor. Não pretendemos no entanto promover esta nossa visão,
por isso por favor não a veja também como um dogma... Olhe à sua volta,
pense sobre isto e decida por si.
Consideramos que o primeiro passo para
uma consciencialização global será a disponibilização livre de
informação que nos é vedada ou condicionada. Com essa informação, é
possível ver outros pontos de vista, duvidar e pensar para existir. Como
agentes de mudança que nos propomos, este é o projecto sem fins
lucrativos que apresentamos:
- Recolher e centralizar informação que "escapa" aos mainstreams, combatendo a complexidade associada à recolha de informação na internet.
- Traduzir para português a informação recolhida de forma a eliminar barreiras linguísticas existentes em leitores de países de expressão portuguesa.
- Não apresentar dogmas, mas sim informação vista sobre várias perspectivas, permitindo ao leitor escolhas deliberadas de posição sobre as matérias.
- Promover o acesso à informação em outros suportes de forma a combater a falta de acesso à informação por quem não tem ou não sabe usar a internet, seja por intermédio de panfletos ou por publicações.
Se te identificas com estes conceitos, te convidamos desde já a
contribuir para este projecto, seja com ideias, informação ou mesmo
integração na equipa. Entra em contacto...