sábado, abril 14, 2012
Líbia: afinal era tudo sobre o petróleo!
No ano passado os países da NATO bombardearam a Líbia, exigindo “democracia” no pais. Mas agora é claro que era tudo sobre o petróleo e não parece que os Americanos e Britânicos vão ser democráticos quanto a isso, e partilhar os espólios de forma igualitária com a França e Itália.
Então… os gigantes do petróleo Total de França e ENI de Itália vão ter que simplesmente esperar da retaguarda enquanto os famintos peixes graúdos Americanos e Britânicos levam primeiro uma boa parte do petróleo … ExxonMobil, Chevron, Texaco, BP, Shell…
Não é surpreendente ler no The Wall Street Journal que a US Securities & Exchange Comission (SEC), junto com as marionetas das “autoridades” Líbias estão a iniciar “investigações” a ambas companhias Francesa e Italiana “irregularidades financeiras” nos seus negócios obscuros durante os quarenta e dois anos de poder do Kadhafi. Quem iria imaginar isto! Uma companhia de petróleo Italiana envolvida em esquemas? Corrupção ao mais alto nível na industria Francesa de petróleo?!? Tsk, tsk!!! Nunca ouvi tal…! USA e UK nunca fariam tal coisa!! Perguntem à Enrom, ou a Halliburton, ou à BP…
Claramente, estas grandes companhias de petróleo serão julgadas sobre o quanto distantes ou próximas estariam de Kadhafi, e sobre quanto contribuíram os seus respectivos países para o esforço de guerra do ano passado. Talvez mesmo em como e quanto eles partilharam os seus enormes lucros. Parece-me que agora estamos na altura de efectuar uma tabela de pontuação…
Vale a pena relembrar que no culminar da luta Libia do ano passado, os “rebeldes” tiveram o tempo necessário, entre os seus turnos de “luta pela liberdade”, para montar uma nova companhia de petróleo nacional. Como a Bloomberg reportou em 22 de Março de 2011, “O Concelho Nacional Transaccional emitiu um comunicado anunciando a decisão tomada numa reunião de 19 Março que iriam estabelecer a “Libyan Oikl Company, uma autoridade em políticas de produção de petróleo no país, baseada temporariamente em Benghazi, tendo já sido nomeado um director geral interino para a companhia.”
E como o petróleo e as grandes finanças andam sempre de mão dada, esse relatório avançou com a explicação que “O Concelho também disse que “designou o Banco Central de Benghazi como a autoridade competente em políticas monetárias na Líbia e consequente nomeação de um governador para o Banco Central da Líbia, com sede temporária em Benghazi.”
Como Romeu e Julieta, Tristão e Isolda, Petróleo e Dinheiro são provavelmente o mais universal e paradigmático duo do Ocidente. A sua relação de amor foi forte durante muitas décadas.
Petróleo é um poderoso negócio global. Companhias de petróleo podem fazer e desfazer governos e países inteiros Nacionalizar uma companhia de petróleo estrangeira como fez o Irão no início dos anos 50 pode colocar a CIA e o MI6 a todo o vapor a expulsar governos eleitos democraticamente e substituindo-os por “lideres mais capazes”.
Comercializar petróleo em qualquer divisa que não seja o Dólar Americano como Saddam Hussein desafiou fazer em Novembro de 2002 desencadeou uma invasão poucos meses depois. Mesmo a fraca Argentina apontando para as escapadelas ilegais de companhias petrolíferas Britânicas resultou no envio pela Royal Navy de super destroyers e submarinos nucleares para a região…
Líbia é o 9º maior país produtor de petróleo e mantem a maior reserve de petróleo de Africa. Kadhafi estava a planear introduzir uma nova moeda no petróleo Libio e regional: o Gold Dinar que, ao contrário do Dólar Americano, teria o seu verdadeiro valor intrínseco. O Banco Central de Kadhafi, por sua vez, era totalmente independente da finança global baseada na miséria de sistema presentemente em queda-livre a nível mundial. Kadhafi estava a usar os lucros do petróleo para o seu povo e não para os esforços de guerra de USA/UK/EU/Israel no Médio Oriente e afins.
Então, quando o Golfo Pérsico tornou-se num local muito, muito quente tal como é hoje, o cartel global de petróleo juntamente com os mega-banqueiros que hoje jogam com esses triliões e triliões de Petro-Dólares em todo mundo, teriam que assegurar que os seus respectivos governos iriam colocar a sua força militar em alerta-vermelho, enquanto os gigantes do petróleo corriam em busca de novas fontes…
O foco é cada vez maior em campos de petróleo que se encontram em partes do mundo “amáveis e gentis”: as ilhas Maldivas, a costa Brasileira, e a Líbia que está bem no meio da fácil de atacar “Costa Norte Africana banhada pela porra do nosso Mar Mediterrâneo”.
A destruição da Libia no ano passado foi uma reflecção sobre o tipo de jogadas complexas de bastidor que são engenhadas por esses jogadores do petróleo, finanças, forças militares, meios de comunicação e politica. É o tipo de Noticias Reais que raramente se alguma vez chegam às primeiras manchetes… só porque elas são as Noticias Reais!
Durante grande parte do ano passado até à execução política de Muhamar Kadhafi pelos joguetes do poder Ocidental na Líbia – i.e., mercenários, criminosos, rufias e agentes CIA/MI6/Mossad, aka “Lutadores pela Liberdade” – os meios de comunicação Ocidental repetiram consecutivamente o quanto mau Kadhafi se tornara da noite para o dia; como os pobres líbios estavam a aclamar por “democracia” e “direitos humanos”. Na realidade esses “lutadores da liberdade” ultrapassaram os seus objectivos: agora a Líbia é finalmente “livre”, eles estão a pedir para a região Cirenaica Oriental se separar do resto do país.
Estava uma Guerra civil nos planos do Ocidente para a Líbia? No último ano, depois de assegurar o apoio total das Nações Unidas com a Resolução Nº1973, permitindo à NATO ataques aéreos para devastar o país e impor a mais violenta mudança de regime vista nos anos recentes, os rufias apoiados pela NATO levaram o país ao caos.
Tal como a “Libya Business News” publicou na terça, “Cerca de 3000 pessoas juntaram-se em Benghazi no último mês para anunciar que Barca (Cirenaica) era uma região autónoma com estado federal. Barca está no centro da indústria petrolífera da Líbia, com dois terços da produção e três quartos das reservas nacionais.” É uma das três regiões históricas nas quais o país está dividido. E enquanto Barca tem a maior parte do petróleo, as outras duas são a casa de dois terços da população. Então a questão que se põe é o como serão “democraticamente “distribuídas pela população as chorudas receitas das reservas de petróleo.
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